quinta-feira, 12 de abril de 2012

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A man of computers and peace

Tom Stonier

Professor Tom Stonier, who has died aged 72, was frequently called the "professor of futurology". For more than four decades he examined the ingredients of technological and scientific change, pointing out how our social, economic and political environment was in the process of transformation. He was a humanist, scientist and poet-philosopher.

It was Stonier who, more than 25 years ago, began a campaign to transform our education system, linking it with the development of computers, which he saw as liberators of human talents. He recognized very early on that a combination of education and computers would unlock the door to the information society, and argued that education had to become the most important investment in the future of all societies.

Stonier was born in Hamburg to a German-Jewish father and a French mother. In 1939, when he was 12, the family fled to New York, where he read biology at Drew University before taking a PhD at Yale in 1955. He began his scientific career as a research associate at Rockefeller University before joining the biology faculty at Manhattan College, New York, in 1962.

His first book, Nuclear Disaster, published in 1964, was based on his 1961 report to the New York Academy of Sciences which dealt with the biological and environmental effects of dropping a 20-megaton bomb on Manhattan. The book won world-wide attention and drew Stonier into the limelight as a pioneer proponent of peace studies. In 1973, he came to Britain and founded the school of peace studies at Bradford University.

In 1975 Stonier was appointed to the foundation chair in science and society at Bradford, where he specialized in the interaction of science, technology and society. His six books and countless monographs included The Wealth Of Information: A Profile Of The Post-Industrial Economy (1983), Information And The Internal Structure Of The Universe (1990), Beyond Information: The Natural History Of Intelligence (1992), and Information And Meaning; An Evolutionary Perspective (1997). His most recent book, No More War: The Hidden Evolution To Peace, will be published next year.

Consulted widely by governments throughout the world, Stonier lectured in Canada, Australia, China and south-east Asia. He was also consultant to some of the largest international companies, a member of the New York Academy of Sciences and a life fellow of the Royal Society of Arts.

Stonier reached the conclusion that computers were contributing to a biological change in the nature of human beings as well as human relationships: "The increase in computer power has been roughly 10-fold for every six or seven years over the last 30 or more years," he pointed out. "At this rate, early in the next century computer power will be about 1,000 times that of today's machines."

He is survived by his wife Judith, seven children and six grandchildren.

• Tom 'Ted' Stonier, academic, born April 29, 1927; died June 15, 1999

in http://www.steinschneider.com/biography/tomstonier.htm

domingo, 11 de julho de 2010

OS DEFEITOS DO OUTRO SÃO A NOSSA CARA



O que transita em nossa mente e circula em nosso coração, é o que está á nossa frente; materializado como pessoas, fatos, acontecimentos...

Quando começamos a enxergar defeitos nas pessoas, é hora de ficarmos espertos. Só percebemos o que conhecemos e faz parte de nossos arquivos pessoais. Quanto mais algum defeito de caráter do próximo me incomoda mais forte ele está presente em mim. Se a intolerância dos outros me incomoda; sou mais intolerante ainda. Se a inveja das pessoas me perturba é a minha que destaca a dos outros. Pessoas mentirosas me escandalizam; é hora de rever como uso a verdade. A vida cotidiana é um espelho onde refletimos o que nos vai na alma; as pessoas que se apresentam á nossa frente são a nossa cara; os acontecimentos e fatos que nos escandalizam refletem o que guia nossos mais negados interesses.
Quando apontamos os defeitos e erros dos outros tentamos negar e esconder os nossos, tão iguais – Nessa ocasião somos os espelhos de nós mesmos. Duvida? Renega isso? – Então cuidado: Caso tenhamos o hábito de apontar os defeitos do próximo com freqüência, é melhor carregarmos um espelho no bolso. Se ainda lançamos mão da crítica, o problema é muito mais grave; preparemo-nos para levar bordoada de todo lado. Se apenas ao pensar já estou me dedurando; pior ainda, se falo ou escrevo sobre o problema do outro; aí sim, estou em maus lençóis. Podemos discordar; espernear; arrumar mil desculpas e justificativas – Perda de tempo, pois: Tudo que nos chama a atenção no outro é o reflexo de nós mesmos.
(http://americocanhoto.blogspot.com/2008/09/os-defeitos-do-outro-so-nossa-cara.html)

sábado, 12 de junho de 2010

Mais vale ser invejado que lastimado (Heródoto)

O mal que fazemos não suscita tanto a perseguição e o ódio como as nossas boas qualidades (François La Rochefoucauld).

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Partilho um email recebido!

Por que será que o insucesso escolar entre os alunos dos países do Leste Europeu a residirem em Portugal é residual?

Para responder a esta pergunta, não posso deixar de repescar esta conversa publicada no ProfBlog em 13 de Fevereiro de 2009:

Fui, esta tarde, à reprografia da escola e encontrei uma funcionária nova.
Perguntei: "É brasileira?"
Ela respondeu: "sou moldava".
"E onde é que aprendeu a falar tão bem o português?"
Ela: "Eu? Sozinha!"
"Tem filhos?"
"Dois. Estão na escola".
"Gosta da escola portuguesa?", perguntei.
"Muito diferente da Moldávia. Em Portugal não há respeito pelos professores e a escola ensina pouco. Nada exigente", respondeu.
"Por que razão os alunos do Leste têm tão bons resultados?", perguntei.
"Muito trabalho em casa. Duas horas por dia de estudo. É pena aqui os professores não passarem trabalhos para casa. Alunos portugueses não respeitam os professores. Os nossos respeitam. Damos valor à escola", acrescentou.

Há 5 variáveis que estão presentes nos alunos do Leste Europeu a residirem em Portugal e que estão ausentes dos lares de muitas famílias de alunos lusos: trabalho, esforço, responsabilidade, respeito e expectativas.
Podem forrar de mármore as paredes das escolas, cobrir as secretárias com computadores da última geração e colocar professores de apoio em todas as salas de aula. Se estas 5 variáveis não estiverem presentes, os alunos não aprendem.
O problema do mau desempenho dos alunos portugueses - um facto sempre confirmado pelos resultados do PISA - tem uma razão e apenas uma razão: falta de gosto pelo trabalho, desprezo pelo esforço, falta de responsabilidade e de respeito e expectativas baixas.
Enquanto estas variáveis não forem introduzidas nas mentes dos pais e dos alunos, não há metodologia, recursos materiais e professores capazes de resolver o problema.
O meu caso pessoal e o de muitos outros portugueses da minha geração confirma a tese. Perdi o meu pai aos 4 anos de idade. A minha mãe exercia uma profissão que a mantinha fora de casa 8 horas por dia, seis dias por semana. Aos 8 anos de idade, fui para um colégio interno. E fui sujeito a uma forte disciplina e a um calendário de estudo rígido: 3 horas de estudo diário, incluindo sábados e domingos.
Foi o que me valeu. Foi aí que ganhei resiliência, coragem, gosto pelo trabalho, capacidade de sacrifício, responsabilidade, respeito e expectativas elevadas. Sem essas variáveis, teria sido um zé-ninguém, tal como vão ser os jovens a quem as políticas educativas privam da presença daqueles valores.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Autobiografia!...

"...Quando eu era pequena havia um mistério chamado Infância. Nunca tínhamos ouvido falar de coisas aberrantes como educação sexual, política e pedofilia. Vivíamos num mundo mágico de princesas imaginárias, príncipes encantados e animais que falavam. A pior pessoa que conhecíamos era a Bruxa da Branca de Neve. Fazíamos hospitais para as formigas onde as camas eram folhinhas de oliveira e não comíamos à mesa com os adultos. Isto poupava-nos a conversas enfadonhas e incompreensíveis, a milhas do nosso mundo tão outro, e deixava-nos livres para projectos essenciais, como ir ver oscilar os agriões nos regatos e fazer colares e brincos de cerejas. Baptizávamos as árvores, passeávamos de burro, fabricávamos grinaldas de flores do campo. Fazíamos quadras ao desafio, inventávamos palavras e entoávamos melodias nunca aprendidas.

Na Infância as escolas ainda não tinham fechado. Ensinavam-nos coisas inúteis como as regras da sintaxe e da ortografia, coisas traumáticas como sujeitos, predicados e complementos directos, coisas imbecis como verbos e tabuadas. Tinham a infeliz ideia de nos ensinar a pensar e a surpreendente mania de acreditar que isso era bom.

Não batíamos na professora, levávamos-lhe flores.

E depois ainda havia infância para perceber o aroma do suco das maçãs trincadas com dentes novos, um rasto de hortelã nos aventais, a angustia de esperar o nascer do sol sem ter a certeza de que viria (não fosse a ousadia dos pássaros só visíveis na luz indecisa da aurora), a beleza das cantigas límpidas das camponesas, o fulgor das papoilas. E havia a praia, o mar, as bolas de Berlim. (As bolas de Berlim são uma espécie de ex-libris da Infância e nunca mais na vida houve fosse o que fosse que nos soubesse tão bem).

Aos quatro anos aprendi a ler; aos seis fazia versos, aos nove ensinaram-me inglês e pude alargar o âmbito das minhas leituras infantis. Aos treze fui, interna, para o Colégio. Ali havia muitas raparigas que cheiravam a pão, escreviam cartas às escondidas, e sonhavam com os filmes que viam nas férias. Tínhamos a certeza de que o Tyrone Power havia de vir buscar-nos, com os seus olhos morenos, depois de nos ter visto fazer uma entrada espampanante no salão de baile onde o Fred Astaire já nos teria escolhido para seu par ideal.

Chamava-se a isto Adolescência, as formas cresciam-nos como as necessidades do espírito, música, leitura, poesia, para mim sobretudo literatura, história universal, história de arte, descobrimentos e o Camões a contar aquilo tudo, e as professoras a dizerem, aplica-te, menina, que vais ser escritora.

Eram aulas gloriosas, em que a espuma do mar entrava pela janela, a música da poesia medieval ressoava nas paredes cheias de sol, ay eu coitada, como vivo em gran cuidado, e ay flores, se sabedes novas, vai-las lavar alva, e o rio corria entre as carteiras e nele molhávamos os pés e as almas.

Além de tudo isto, que sorte, ainda havia tremas e acentos graves.

Mas também tínhamos a célebre aula de Economia Doméstica de onde saíamos com a sensação de que a mulher era uma merdinha frágil, sem vontade própria, sempre a obedecer ao marido, fraca de espírito que não de corpo, pois, tendo passado o dia inteiro a esfregar o chão com palha de aço, a espalhar cera, a puxar-lhe o lustro, mal ouvia a chave na porta havia de apresentar-se ao macho milagrosamente fresca, vestida de Doris Day, a mesa posta, o jantarinho rescendente, e nem uma unha partida, nem um cabelo desalinhado, lá-lá-lá, chegaste, meu amor, que felicidade! (A professora era uma solteirona, mais sonhadora do que nós, que sabia todas as receitas do mundo para tirar todas as nódoas do mundo e os melhores truques para arear os tachos de cobre que ninguém tinha na vida real).

Mas o que sabíamos nós da vida real? Aos 17 anos entrei para a Faculdade sem fazer a mínima ideia do que isso fosse. Aos 19 casei-me, ainda completamente em branco (e não me refiro só à cor do vestido). Só seis anos, três filhos e centenas de livros mais tarde é que resolvi arrumar os meus valores como quem arruma um guarda-vestidos. Isto não, isto não se usa, isto não gosto, isto sim, isto seguramente, isto talvez. Os preconceitos foram os primeiros a desandar, assim como todos os itens que à pergunta porquê só me tinham respondido porque sim, ou, pior, porque sempre foi assim. E eu, tumba, lixo, se sempre foi assim é altura de deixar de ser e começar a abrir caminho às gerações futuras (ainda não sabia que entre os meus 12 netos se contariam nove mulheres). Ouvi ontem uma jovem a dizer, a revolução que nós fizemos nos últimos anos. Não meu amor: a revolução que NÓS fizemos nos últimos 50 anos. Mas não interessa quem fez o quê. É preciso é que tenha sido feito. E que seja feito. E eu fiz tudo, quando ainda não era suposto. Quando descobri que ser livre era acreditar em mim própria, nos meus poucos, mas bons, valores pessoais.

Depois foram as circunstâncias da vida. A alegria de mais um filho, erros, acertos, disparates, generosidades, ingenuidades, tudo muito bom para aprender alguma coisa. Tudo muito bom. Aprender é a palavra chave e dou por mal empregue o dia em que não aprendo nada. Ainda espero ter tempo de aprender muita coisa, agora que decidi que a Bíblia é uma metáfora da vida humana e posso glosar essa descoberta até, praticamente, ao infinito.

Pois é. Eu achava, pobre de mim, que era poetisa. Ainda não sabia que estava só a tirar apontamentos para o que havia de fazer mais tarde. A ganhar intimidade, cumplicidade com as palavras. Também escrevia crónicas e contos e recados à mulher-a-dias. E de repente, aos 63 anos, renasci. Cresceu-me uma alma de romancista e vá de escrever dez romances em 12 anos, mais um livro de contos (Os Linhos da Avó) e sete ou oito livros infantis. (Esta não é a minha área, mas não sei porquê, pedem-me livros infantis. Ainda não escrevi nenhum que me procurasse como acontece com os romances para adultos, que vêm de noite ou quando vou no comboio e se me insinuam nos interstícios do cérebro, e me atiram para outra dimensão e me fazem sorrir por dentro o tempo todo e me tornam mais disponível, mais alegre, mais nova).

Isto da idade também tem a sua graça. Por fora, realmente, nota-se muito. Mas eu pouco olho para o espelho e esqueço-me dessa história da imagem. Quando estou em processo criativo sinto-me bonita. É como se tivesse luzinhas na cabeça. Há 45 anos, com aquela soberba muito feminina, costumava dizer que o meu espelho eram os olhos dos homens. Agora são os olhos dos meus leitores, sem distinção de sexo, raça, idade ou religião. É um progresso enorme.

Se isto fosse uma autobiografia teria que dizer que, perto dos 30, comecei a dizer poesia na televisão e pelos 40 e tais pus-me a fazer umas maluqueiras em novelas, séries, etc. Também escrevi algumas destas coisas e daqui senti-me tentada a escrever para o palco, que é uma das coisas mais consoladoras que existem (outra pessoa diria gratificantes, mas eu, não sei porquê, embirro com essa palavra). Não há nada mais bonito do que ver as nossas palavras ganharem vida, e sangue, e alma, pela voz e pelo corpo e pela inteligência dos actores. Adoro actores. Mas não me atrevo a fazer teatro porque não aprendi.

Que mais? Ah, as cantigas. Já escrevi mais de mil e 500 e é uma das coisas mais divertidas que me aconteceu. Ouvir a música e perceber o que é que lá vem escrito, porque a melodia, como o vento, tem uma alma e é preciso descobrir o que ela esconde. Depois é uma lotaria. Ou me cantam maravilhosamente bem ou tristemente mal. Mas há que arriscar e, no fundo, é só uma cantiga. Irrelevante.

Se isto fosse uma autobiografia teria muitas outras coisas para contar. Mas não conto. Primeiro, porque não quero. Segundo, porque só me dão este espaço que, para 75 anos de vida, convenhamos, não é excessivo.

Encontramo-nos no meu próximo romance..."

(esta auto-biografia foi escrita por Rosa Lobato Faria há dois anos e publicada no Jornal de Letras)

domingo, 30 de maio de 2010

"A Carochinha arranjadinha" - Um grande sucesso, uma grande festa


Uma grande festa! Era a expressão mais usada por todos os que presenciaram, no Fórum Machico, a este espectáculo. Com uma sala cheia, pais e crianças, viram e aplaudiram mais uma grande actuação da Universidade Sénior de Machico com a peça "A Carochinha arranjadinha", excelentemente coordenada pela professora Ana Gil.

Num segundo momento a alegria não foi menor: palhaços e muita música vieram abrilhantar, ainda mais, esta grande festa com os artista convidados Pedro Garcia, Joana Belo, Margarida Silva e Diogo Garcia. A noite acabou em grande!
Parabéns a todos os que tornaram possível a realização deste espectáculo e, principalmente, a todos as crianças.
Um feliz Dia Mundial da Criança, estes são os votos da Junta de Freguesia de Machico.